
A guerra comercial entre China e Estados Unidos ganhou um novo e explosivo capítulo. Empresas chinesas estão sendo acusadas de realizar a chamada “lavagem de origem”, enviando produtos a países vizinhos para falsificar a origem e escapar das tarifas impostas por Washington.
Segundo o Financial Times, companhias chinesas estão redirecionando mercadorias para lugares como Malásia e Vietnã, onde os produtos recebem novos certificados antes de seguirem para os EUA. Nas redes sociais chinesas, há até anúncios oferecendo “rotas” para que os produtos “se tornem” do Sudeste Asiático.

A prática é ilegal e já motivou ações de autoridades alfandegárias em vários países. Só a Coreia do Sul identificou mais de 21 milhões de dólares em exportações com origem falsificada, muitas delas com destino ao mercado americano. A Malásia se comprometeu a investigar os casos em parceria com os EUA.
Empresários chineses ouvidos pelo jornal admitem o uso de intermediários e se defendem alegando que a responsabilidade termina ao despachar as mercadorias de portos como Shenzhen ou Guangzhou. Nos EUA, o governo pressiona por medidas mais duras e promete novos acordos para barrar a fraude.
As denúncias surgem em meio a especulações sobre uma possível retomada das negociações comerciais entre Washington e Pequim. Mas enquanto os líderes falam em trégua, nos bastidores a guerra segue — agora com camuflagem, rotas falsas e um jogo geopolítico que pode esquentar ainda mais.