
Brasileira troca Portugal por Florianópolis e revela: “Qualidade de vida aqui é imbatível!”. Após dois anos na Europa, tradutora constata que o custo de vida lusitano explodiu, tornando o sonho europeu um pesadelo financeiro.
Lara Sheffer, 30 anos, não hesitou em trocar as paisagens europeias pelo calor catarinense. A aventura em Oeiras, próximo a Lisboa, iniciada em 2023, transformou-se em frustração com a escalada dos preços. A inflação, que atingiu 2,8% em agosto de 2025, e o aumento vertiginoso dos aluguéis, com apartamentos de um quarto saltando para 1250 euros, foram a gota dágua.

A brasileira não poupa críticas à especulação imobiliária, impulsionada por europeus endinheirados que inflacionam o mercado. A burocracia para renovar a autorização de residência também pesou na decisão, aprisionando-a em Portugal. De volta ao Brasil, Lara comemora a independência profissional, trabalhando para clientes estrangeiros e usufruindo de uma vida mais confortável com a valorização do euro e do dólar.
A experiência de Lara ecoa a de outros brasileiros que abandonaram Portugal. Especialistas apontam a crise energética, a inflação e os juros altos como fatores que encareceram a habitação em toda a Europa. Em Portugal, a “turistificação” e a busca por imóveis por estrangeiros agravaram a situação, inflando os preços e tornando o sonho da casa própria um luxo distante.
A criação de vistos para nômades digitais também contribuiu para o problema, elevando os contratos de aluguel a patamares incompatíveis com a renda média da população. A gentrificação em Lisboa e Porto expulsa moradores antigos, transformando bairros históricos em cenários turísticos descaracterizados.
Enquanto o governo português facilita a entrada de imigrantes da CPLP, a falta de políticas habitacionais adequadas impede a permanência sustentável. A segurança jurídica não se traduz em condições de vida dignas, forçando muitos a retornar ao Brasil ou buscar alternativas precárias.
A história de Lara Sheffer expõe a dura realidade enfrentada por muitos brasileiros em Portugal. O sonho europeu, outrora acessível, esbarra na especulação imobiliária, na inflação e na falta de políticas públicas eficazes. Resta a reflexão: o paraíso europeu ainda existe ou se tornou um conto de fadas financeiramente inviável?