
O destino de Sergio Moro, ex-juiz e atual senador, parece selado: o STF mantém a acusação de calúnia contra Gilmar Mendes, em um caso que expõe os bastidores do poder e as tensões no mundo jurídico.

Acusado de difamar o ministro Gilmar Mendes, Moro viu seu recurso ser rejeitado pela Primeira Turma do STF. A corte manteve a decisão anterior, que aceitou a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) com base em um vídeo polêmico.
Na gravação, Moro aparece em uma festa junina comentando sobre “comprar um habeas corpus” de Mendes, o que gerou revolta e acusações de calúnia. A defesa alega que tudo não passou de uma piada infeliz, mas a PGR não viu graça na brincadeira.
Ministros como Cármen Lúcia, Alexandre de Moraes e Flávio Dino votaram contra o recurso de Moro, alegando que a defesa não apresentou argumentos consistentes para reverter a decisão anterior. O julgamento, realizado em plenário virtual, segue até o dia 10, com votos pendentes de Luiz Fux e Cristiano Zanin.
Nas redes sociais, Moro se defendeu, classificando a denúncia como “inepta e contrária ao Direito”. Ele alega que a maioria no STF perdeu a chance de “corrigir os rumos da (in)Justiça”, mas demonstra confiança em sua absolvição ao longo do processo.
A PGR, por sua vez, pede a condenação de Moro à prisão e, caso a pena ultrapasse quatro anos, a perda de seu mandato. A denúncia, assinada por Lindôra Araújo, expõe a gravidade da acusação e o risco que o senador enfrenta.
O caso remonta a um vídeo viralizado, onde Moro aparece em uma festa junina fazendo o infeliz comentário. Sua esposa, a deputada federal Rosângela Moro, tentou minimizar a situação, explicando que se tratava de uma brincadeira típica da festa.
Em defesa, o advogado de Moro argumentou que a declaração foi uma “expressão infeliz” em um ambiente “jocoso”. Ele nega que seu cliente tenha acusado Mendes de vender sentenças e pede a absolvição do senador.
A manutenção da acusação contra Moro reacende o debate sobre os limites da liberdade de expressão e a responsabilidade de figuras públicas. O caso segue em aberto, com desdobramentos que prometem agitar ainda mais o cenário político e jurídico do país.