
Máfia dos concursos desmascarada: Operação da PF revela esquema milionário que vendia vagas no serviço público.
A Polícia Federal, em ação conjunta com o Ministério Público Federal, desmantelou uma organização criminosa que fraudava concursos públicos em grande escala. A Operação Última Fase expôs um esquema audacioso que garantia a aprovação de candidatos mediante pagamento de altas quantias, que chegavam a R$ 500 mil. A base da quadrilha era em Patos, no sertão da Paraíba.

Os criminosos, com métodos sofisticados, tinham acesso antecipado às provas e repassavam gabaritos, fotos das questões e até o tema da redação aos “clientes” horas antes dos exames. A fraude envolvia desde o suborno de vigilantes e a desativação de câmeras de segurança até o uso de “laranjas”, candidatos preparados que se passavam pelos contratantes.
O esquema criminoso atingiu concursos de grande porte, como o Concurso Nacional Unificado (CNU), concursos da Caixa Econômica Federal, polícias civis, Polícia Federal e até o Exame da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Pai e filha chegaram a negociar uma vaga de auditor-fiscal do Trabalho por meio da fraude.
A operação foi deflagrada em três estados: Paraíba, Pernambuco e Alagoas. Foram cumpridos 12 mandados de busca e apreensão e afastados candidatos aprovados que fraudaram o ingresso no serviço público. Os líderes do esquema foram identificados e afastados de suas funções públicas.
Os investigados responderão por fraude em certame de interesse público, organização criminosa, lavagem de dinheiro e falsificação de documento público. A Polícia Federal também investiga os “clientes” que contrataram os serviços da quadrilha, que poderão ser responsabilizados criminalmente. A operação visa a garantir a lisura dos concursos públicos e impedir que cargos sejam ocupados por quem burla o sistema.
A Operação Última Fase escancara a fragilidade do sistema de concursos públicos no Brasil e a ousadia de criminosos que lucram com a ambição de quem busca uma vaga no serviço público. Resta saber se as punições serão exemplares e se medidas mais eficazes serão implementadas para evitar novas fraudes.